"Legalismo cristão" A graça travestida

Só para os esclarecidos

Lucas 18:9-14

Apóstolo Paulo lutou contra o legalismo judaico da mesma forma que seu Mestre, no entanto, passado pouco mais de 2000 anos mesmo sua apologia da fé tem sido transfigurada em um neo legalismo já não judaico mas baseado na desassociação das doutrinas cristãs e na distorção de seus sentidos.

Em nome da fé voltaram a impor pesados encargos sobre os que se dispõem a seguir a fé cristã; encargos tão pesados que levam os seguidores a auto desumanização quando os insita à busca de uma "hiper" santificação nunca exigida por Cristo mas imposta pelo evangelicalismo moderno.

É interessante notar que Cristo colocava a santidade como alvo de vida mas nunca como meio de salvação. O termo "santificar-se" é em si contrário à "graça". Ora, a santificação vem pelo sacrifício vicário de Cristo e sua obra redentora na cruz e não por qualquer obra humana seja essa "atitude" externa ou interna , assim, uma vez salvo o indivíduo é santificado e uma vez santificado deve procurar viver na santificação e viver na santificação não equivale ao viver de forma "impecável". 

Interessante notar que Jesus Cristo mostrou extrema compaixão para com os pecadores. Uma mulher adultera, outra mulher de vida dissoluta, um publicano, beberrões, comilões foram alvos de seu favor, simpatia e companhia. Aliás, o evangelho "é para os doentes" como dizia Cristo.

Muito diferente do evangelho de hoje para o qual o "doente" pecador só o é enquanto ainda não se tornou um prosélito mas; para onde vai a tal "graça" quando o pecador é um prosélito seguidor que por razão ou outra deixou de seguir a "lei" dos evangélicos?  Ou seja, quando esse não aceita mais seguir o "santo entendimento" dos demais. Mesmo contrário ao espírito do Evangelho de Cristo esse passa a ser execrado e julgado perdido pelos muitos cristos que se levantam para apontá-lo como julgado, condenado e sentenciado à perdição eterna dos evangélicos.

Se esquecem os "doutos julgadores" que para se obter a graça necessita antes ser pecador. Para se ter a graça e a salvação precisa antes reconhecer que uma vez pecador carece da graça e que a graça é Dom de Deus e não de obras. Assim esquecem os "doutos julgadores" que se salvação não vem das obras certamente a perdição também não advém de obra essa ou aquela mas da fé que o pecador deposita ou não em seu bastante Salvador Jesus Cristo.

Penso, como pecador que sou e assumo, que prefiro crer que Jesus Cristo hoje esta fora da igreja, (Apocalipse diz que é possível) assim ele então esta comigo tal como esteve com a prostituta, com os beberrões, com os comilões, com as adulteras, com os ladrões. Prefiro crer que ele esta ao meu lado assim como esteve ao lado do ladrão na cruz. Prefiro crer nessa graça que beijou o rosto ao seu traidor chamando-o de amigo o qual não foi condenado por Cristo mas por sua própria escolha de fazer justiça com as próprias mãos.

Um evangelho que não trata a todos sem exceção sob a graça deu de mãos ao hipócrita farisaísmo judaico tornando hoje muitos dos seus seguidores verdadeiros juízes alienados da graça e espírito do Evangelho de Jesus Cristo.

Assim você que em seu pobre entendimento pensa estar em pé por que você "anda em santidade" (ou acha isso), vai a igreja toda semana, da seus dízimos e ofertas. Por que julga seu irmão que assim não o faz? Tem se tornado você juiz de causa alheia? É você quem vai ensinar aquele que muitas vezes te ensinou a "como rezar a missa"?

Cuidado para que a graça que você pensa viver não te prenda na perdição do legalismo que também condenará a sua alma e aconteça que no fim, o pecador que você condena esteja com Cristo no paraíso e você por "sua própria justiça" se surpreenda ao ser juntado a Judas, o qual escolheu sua auto justificação.

Cuidado para que a sua graça não seja pra você a razão de sua própria prisão. Romanos 14

No Caminho...